terça-feira, 28 de abril de 2009

ONTOARTE

Movimento de pensamento com o qual se designam todas aquelas manifestações artísticas que se motivam sempre na intencionalidade ontológico-humanista, compreendida como o formalizado apriórico do nosso existir.

Fundador e diretor é o Acadêmico Prof. Antonio Meneghetti, o qual durante seu concerto em Roma, em 1976, expõe pela primeira vez a motivação-base da OntoArte, distinguindo-lhe as coordenadas. Nasce assim em contraposição a uma arte que até hoje representou também os momentos de uma inteligência e de uma percepção corrompidas.

É preciso, ao invés disso, que o artista tenha uma ordem interior, uma capacidade de espírito conexa à própria ordem da vida. A OntoArte não se identifica com estilos particulares, modos expressivos ou técnicas institucionais, mas pressupõe que a obra seja antes de tudo sadia, simples e verdadeira. Quando se fala de sadia, entende-se precisamente que não deve ser a projeção de doença, depressão ou falência do artista.

A OntoArte não se espelha na visão que quer a arte como expressão da dor, da depressão ou da falência individual, mas posiciona-se como "ser para a arte". O seu pressuposto é "ser para a vida", o que comporta sanidade, realização, funcionalidade e evolução criativa do ser artista.
A capacidade criativa proposta pela OntoArte diz respeito antes de tudo ao homem exato, ao homem autêntico. Como premissa profissional artística, devemos ter uma pessoa realizada que depois de ter já demonstrado a própria superioridade em atingir objetivos históricos e sociais, tem continuamente necessidade de novos horizontes. O conceito preciso que a OntoArte dá de criatividade é que ela è sobretudo um dever diante de si mesmo.

Chega-se então a ser criativo compreendendo a si mesmo, passo a passo, prevendo portanto a cada momento, a solução para as problemáticas existenciais conformes à própria especificidade. Não se chega à criatividade por saltos, mas se chega ganhando a si mesmo segundo a provocação histórico-ambiental em contínuo crescimento.

Os pressupostos para poder falar de OntoArte, portanto, podem ser assim sintetizados: 1.potencial natural para o belo por parte do artista;
2.capacidade técnica para a expressão (portanto o tipo de escola ou academia, ou artesanato);
3.capacidade de formalizar a arte a partir da intuição ou visão lírica da própria especificidade.

A OntoArte não tem um fim terapêutico ou de aprendizagem técnica: a sua intenção é aquela de tornar claro e proporcional o sentido interno do prazer estético coligado ou síncrono à intencionalidade ôntica da natureza humana. Intencionalidade ôntica, nesse caso, significa: como o princípio projetante da ordem universal se presencia ou se revela no sinal artístico.

O seu ensinamento baseia-se exclusivamente nos critérios de subjetividade funcional: não se ensinam "idéias fixas externas", mas se educa a pessoa com potencialidade artística a “enverar” ou "inventar" a melhor relação de estética consigo mesmo.Cada objetivação deve ser uma obra de arte diante e dentro de si mesmo e deve levar a um tríplice resultado:
1. O efeito da funcionalidade;
2. O efeito estético;
3. A intuição com o ser transcendente

(Extraído de http://www.galeriaontoarte.com.br)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Torso e Estátua...

"Os pequenos e singelos exemplos da Natureza, com a sua majestática e deslumbrante grandeza, mostram como o homem é pequeno, e, mesmo que o indivíduo venha a ser um super-homem, dificilmente poderá divorciar-se dela, ou tornar-se independente e absoluto, por ser uma parte instrínseca de um mesmo conjunto harmônico do grande concerto cósmico." (Joào Medeiros)

"o artista, digno deste nome, deve expressar toda verdade da Natureza, não somente sua verdade exterior, mas tudo, tudo absolutamente no mais alto grau - sua verdade interior."(Rodin)

Torso Feminino procurando representar agressividade, suavidade e desconstrução. (Tinta Acrílica em papel cartão)



















Suavidade, como é difícil encontrar em meu interior inspiração para representar este tema. Acabo sempre tendo dificuldade na execução técnica. Como fica claro nestas duas pinturas.





















Com o tema agressividade já consigo lidar melhor, pelo uso das cores me agradam. Apesar de estar bem sombrio este torso, onde os violetas e amarelos criam uma certa tempestade visual.










Desconstrução da forma, um bom exercício de criatividade. O primeiro eu acabei me equivocando na relação geometrica com as cores, por isso não foi possível criar uma harmonia. Já o segundo as formas distorcidas para forma uma imagem circular ganhou formas psicodélicas pela interação das cores.





sexta-feira, 17 de abril de 2009

Criação através da Natureza Morta

"Todo aquele que deseja seguir o caminho certo deve conhecer, desde a juventude, as formas belas; e, quando bem orientado, aprende a amar somente essas formas - esse amor o levará a criar pensamentos sensatos; e logo perceberá que a beleza de uma forma relaciona-se com a beleza de outra, e que a beleza das formas é uma só" (Platão)


Aqui, queria dizer que a criação nasce da entrega ao encontro, seja qual for a designação para este encontro. No caso dos dois trabalhos coloridos me entreguei ao encontros das imagens infantis e nela se baseie para as duas pinturas coloridas. Pois não consigo ainda mever nelas, por mais que tenham sido feitas por mim.


Criação com base em Natureza Morta (Tinta acrílica sobre papel cartão)










Flores e Vasos

Antes de apresentar as pinturas, vou falar sobre dois movimentos de arte:

Impressionismo:
"nasceu em 1874, quando o termo foi aplicado a um grupo relativamente diverso de artistas que expuseram no Salon des Refusés daquele ano. Muitas das obras tinham aparência comparativamente tosca e inacabada, o que lhes dava uma imediatidade que exasperou os críticos. Embora esses artistas fossem todos individualistas, com idéias e atitudes díspares, estavam unidos no desejo de alcançar maior naturalismo na arte, e suas pinturas revelavam uma luminosidade e um viço novos e supreendentes" (História da Pintura de Wendy Beckett)

Simbolismo:
"começou como movimento literário que via na imaginação a mais importante fonte de criatividade. Ele não demorou a infiltrar-se nas artes visuais, sendo outra reação ao limitado mundo representacional do realismo e do impressionismo. Inspirados pela poesia simbolista dos franceses Mallarmé, Verlaine e Rimbaud, os pintores dessa vertente usavam cores emotivas e imagens estilizadas para trazer à consciência do observador os sonhos e estados de espírito que experimentavam, por vezes pintando cenas exóticas e oníricas." (História da Pintura de Wendy Beckett)



Ao pintar vasos e flores estamos continuando os estudos com a natureza morta, porém aqui podemos empregar idéias e técnicas de diferentes estilos da pintura. Podemos tornar pinturas realistas ou oníricas, de acordo com o emprego das cores e formas que venhamos a utilizar. Encontramos uma bela pintura de vasos e flores no simbolista Odilon Redon, que nos encanta na sua obra Anêmonas e lilases em vaso azul.

Pintura de Natureza Morta - Vasos e Flores (Tinta Acrílica em papel cartão)



















Trabalhei com marrom por esta ser uma cor cinzenta, possibitando o trabalho com contrastes tênues entre as sombras e as luzes. dando um efeito bem concreto a composição. Porém, era para eu ter dado enfâse nas flores e não no vaso.




















Nesta composição procurei equilibrar a proporção entres as flores e o vaso. Eu trabalhei com a espátula para as folhas e o dedo para as flores, mas o professor me explicou que trabalhando com a espátula não se deve modular, alisar a pintura, sendo necessário trabalhar de forma que a espátula haja na criação da pintura.





















Neste último tabalho eu dei enfâse as flores, procurando trabalhá-las de maneira difusa, onde o espectador tem a possibilidade de construir a imagem das flores que lhe venha a imaginação. Para destacar as flores trabalhei com uma cor quente em contraste com as cores frias usadas no restante da pintura.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mente Doentia em uma Noite de Inverno

É noite, posso olhar o luar e contemplar mais uma noite fria. Posso tocar o chão e perceber como a terra é insensível as dores do corpo, mas uma coisa eu sei, é que ao longínquo horizonte apenas penso nos tempo idos de quando eu ainda sabia o que era amor. Agora vago em vão sobre as campinas gélidas que transbordam gotas de orvalhos, e enchem o ar com um perfume de chuva.
Sim, meu coração está encharcado de inocentes desejos que se perdem no mais alto precipício do passado. Ando, continuo o caminho tortuoso de labirintos que nunca me levam onde eu gostaria de chegar, mas sinto ao longe o perfume de rosas e o calor da aurora que vem se aproximar.
Mais um líquido escorre em minha garganta fazendo com que todo o torpor da dor esvazie da memória, mas me seguro firme no meios de estatuas de falsos deuses, que contemplo a muito tempo. O anjo alado parece distante, com suas negras asas e a face dá mais bela humana, me contempla dizendo que não é meu tempo de partir.
Procuro então o estranho riso de um bufão que enreda o meu coração, tornando aquele momento de prazer e ternura, de falsas indagações sobre o que a vida pode trazer. Me apaga as chamas da tristeza, um pequeno fio de alegria começa a tecer em meu rosto sombrio.
Mas não tenho tempo, apenas sei que já perdi muitos e muitos sonos pensando na imagem tenra e quente da face de minha amada. Fico em transe contemplando neste momento seu eterno sorriso, mas a memória logo me escapa e me traz a solidão da frieza de um dia de inverno.
As pedras parecem segurar os icebergs de minhas emoções, mas o barulho que elas contemplam tornam-se ensurdecedor como a tempestade que se aproxima, que arrasta a livre sensação de paz que por um momento estava.
Tento me esconder mas não tem nada para me proteger, apenas vejo a escuridão se aproximar distante e contemplar-me com seu pleno silêncio, fazendo com que minha espinha estremeça com um arrepio de tempos vindos de pura escuridão.
Procuro gritar, mas nem lagrimas escorrem mais destes olhos que já contemplaram as mais diversas belezas, que já puderam ver cores onde o cinza dominava. Arco íris criam-se agora apenas na ilusão de minha mente que vaga distante da realidade, ao mesmo tempo em que sinto uma dor de partir de onde queria chegar.
Assim, a noite adentra as mais remotas sensações de sombras que parecem me perseguir, os calores cálidos da alegria que a momentos tive partem distantes e só restam agora um pouco mais de tristeza. Tristeza esta que não vem da não alegria mas de sua ausência completa. Ausência que cria nas sombras faces de amor, com rabiscos de dor, enquanto aqui estou eu mais uma vez, diante do luar, contemplando um pouco mais da minha vida enquanto a noite se vai, para um lugar que não posso acompanhar.

Este conto foi escrito em maio de 2007. (Atualmente as palavras desapareceram de meu processo criativo)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Natureza Morta continuação...

Segunda semana de aula, e mais natureza morta. Aqui tivemos que procurar novas maneiras de compor as imagens.


















Procurei representar esta imagem modificando as cores dos objetos, não me detendo as cores que eles realmente possuíam. A harmonia ficou cadênciada, porém temos do lado esquerdo uma frieza de inverno e do lado direito o calor do verão. Para quebrar a escuridão, deixei a parede branca, trazendo a claridade para o composto de imagens e formas.









Aqui o professor pediu para extrapolar o tamanho das figuras, o que me levou a pintar as formas como se elas estivessem ultrapassando as margens da pintura. Procurei concentrar a claridade no centro da composição, mas foi necessário quebrar a negritude do fundo com agumas intervenções da matiz branca.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Natureza Morta

"Gênero de pintura em que se representam coisas ou seres inanimados" (Dicionário Houaiss)


Arte Holandesa (História da Pintura de Wendy Beckett)


  • De praxe a composição consistia numa mesa lisa, com os objetos sobre mesa colocados numa direção geral ascendente e diagonal. O conteúdo costumava ser taças, serviço de prata e os restos de uma lauta refeição, transmitindo a idéia da vaidade e transitoriedade da vida humana.

  • Elas exigem do artista a capacidade de renunciar os altos e baixos do drama.

  • Pintores: Willem Claez Heda, Jan Davidsz Heem e Rembrandt

Todos que almejam ser artistas plásticos necessitam trabalhar com natureza morta. A maior tarefa para o pintor neste caso é propor uma composição que seja bela. Outro fato importante é a possibilidade de trabalhar a luz ambiente, ou a luz focal.


Trabalho de Natureza Morta Monocromático (Tinta acrílica em papel cartão)

















Neste exercício optei pelo azul para poder captar melhor os contrastes apresentados pelas diversas formas. A incidência de luz teve de ser construída imaginariamente, o que me fez evitar trabalhar com a luz refletida.

Trabalho de Natureza Morta Cromático (Tinta acrílica em papel cartão)














Neste exercício com cores, procurei trabalhar com o estilo "surreal, porém ainda peco nas habilidades de desenhos para trabalhá-lo de forma realista. O que levou a cometer diversos erros de volume e perspectiva, além de resolução compositiva.















Este último execício foi elaborado para compensar os erros no trabalho anterior.Procurei agrupar as imagens pelas cores correlatas, mas em termos de composição acabou levando o espectador a olhar com muita enfase para as bananas, devido a claridade e intensidade cromática que esta possui em relação ao todo da pintura.









segunda-feira, 13 de abril de 2009

Início do Caos...

"O Artista é, hoje, uma espécie de guerrilheiro. A arte uma forma de emboscada. Atuando imprevistamente, onde e quando é menos esperado, de maneira inusitada, o artista cria um estado permanente de tensão, uma expectativa constante. Tudo pode se transformar em arte, mesmo o mais banal evento cotidiano. Vítima constante da guerrilha artística, o espectador vê-se obrigado a aguçar e ativar seus sentidos, precisa tomar iniciativas. A tarefa do artista guerrilheiro é criar para o espectador (que pode ser qualquer um e não apenas aqueles que frequentam exposições) situações nebulosas, incomuns, indefinidas, provocando nele, mais do que estranhamento ou repulsa, o medo. E só diante do medo, quando todos os sentidos são mobilizados, há iniciativa, isto é, criação"(Frederico Morais)
Este Blog será a minha guerrilha, meu mundo de medo. Nele irei postar os trabalhos que serão realizados ao longo do caminho que percorrerei no curso de Artes Plásticas da EPA. Será neste caos de sofrimentos e alegrias que espero compartilhar com vocês o meu processo de criação, mesmo que muitas vezes não consiga atingir os objetivos esperado por vocês, que certamente irá olhar com rigidez os meus trabalhos.
Portanto convido a todos que estiverem interessados em adentrar nesta tensa guerrilha:
A Observarem os sons das cores criadas pelas múltiplas imagens que nos lembram composições musicais, e sentirem o caos dentro de uma rede tecida por harmonia.