sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Arte Gótica

Definição (extraído de http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3789)

Estilo artístico europeu que predomina de meados do século XII ao início do século XV, período compreendido entre o fim do estilo românico e o início do Renascimento. O termo gótico, que faz referência ao povo godo, é utilizado originalmente pelos tratadistas do Renascimento com sentido pejorativo para designar a arquitetura - depois a escultura, a pintura e as "artes menores" - da Idade Média, consideradas "bárbaras" em relação ao clássico. Giorgio Vasari (1511 - 1574) é um dos primeiros a designar a arte gótica como "monstruosa e bárbara". A partir de meados do século XVIII, observa-se um processo de reavaliação do estilo inicia na Inglaterra, segue pela França, Alemanha e, finalmente, Itália - que elimina os sentidos negativos associados ao termo. O amplo arco cronológico desenhado pelo gótico e sua vasta difusão geográfica impõem dificuldades aos estudiosos, que são obrigados a considerar as diversas inflexões por ele assumidas em diferentes momentos e contextos. De todo modo, é possível identificar traços distintivos do novo estilo que se ligam diretamente à leveza das construções, às linhas curvas, à verticalidade das formas arquitetônicas e às tendências naturalistas na escultura, que tornam mais reais e humanizadas as representações religiosas. Ao contrário da arte românica que se origina de uma multiplicidade de centros, o gótico tem uma única fonte de irradiação: o norte da França. Toda a primeira fase do estilo pode ser definida como a linguagem artística da sólida estrutura monárquica francesa e do poder da Igreja, que se via como depositária das ciências e das artes, além de mediadora entre Deus e os homens. A proeminência da Igreja é enfatizada pela intensificação do culto à Virgem Maria, que assume o primeiro plano na iconografia sacra.

É na arquitetura religiosa que o gótico predomina nos séculos XII e XIII. Se a arquitetura românica se desenvolve com base nas estruturas maciças com poucos vãos, nos arcos redondos, nas abóbadas de arestas (constituídas pela penetração de duas abóbadas), em grandes portais e capitéis esculpidos - cujos motivos principais são os esquemas geométricos e os bestiários -, a arquitetura gótica vale-se dos grandes vãos para conseguir máxima luminosidade, captada pelas janelas com rendilhados e pelos vitrais em forma de rosácea. Utiliza-se ainda dos pilares leves, das estruturas reduzidas ao mínimo e do sentido ascensional da construção, enfatizado pelos arcos em ogivas, agulhas e capitéis. Elementos fundamentais no sistema de equilíbrio gótico são as abóbadas sobre cruzeiro de ogivas (reforçadas por nervuras ou ogivas) e o uso do arcobotante, que possibilita levantar a abóbada a alturas muito elevadas. Com o descarte das superfícies cheias e das paredes pesadas, o edifício gótico se reduz a um arcabouço de arcos e suportes, amparado pelos arcobotantes, o que faz dele uma construção dotada de leveza, que a intensa luminosidade interior ajuda a acentuar. Testemunhos do desenvolvimento do estilo em sua primeira fase são a Catedral de Notre-Dame, construída entre 1163 e 1250, e de Sainte-Chapelle, concluída em 1250, ambas em Paris; a catedral de Amiens, 1218 a 1247; a de Chartres, começada em 1194; a de Reims, começada em 1210, e a de Rouen da primeira metade do século XII. A íntima articulação entre arquitetura e escultura na decoração das catedrais é outro traço saliente do estilo. O pórtico da catedral de Chartres, por exemplo, é esculpido com figuras mais realistas com panejamento que permitem entrever as linhas dos corpos.

O gótico francês se expande para o resto da Europa, não apenas como modelo arquitetônico, mas também do ponto de vista das representações escultóricas e pictóricas. Na segunda metade do século XIII, Nicola Pisano, trabalhando muitas vezes com o filho Giovanni Pisano (ca.1240 - 1320?), redireciona a representação figurativa. Contra a convenção românica que separa os episódios em compartimentos dispostos em faixas, Nicola Pisano combina-os numa composição única, em que se destacam os detalhes vívidos e os efeitos dramáticos obtidos. Em seus murais e afrescos, Giotto (ca.1266 - 1337) logra traduzir para a pintura as figuras realistas da escultura gótica. Sua obra representa um corte em relação às convenções da tradição bizantina pela introdução de ideais naturalistas e pelo novo sentido atribuído ao espaço pictórico. Entre as obras a ele atribuídas estão os afrescos da Capela Arena ou dos Scrovgni, em Pádua, provavelmente concluídos em 1306. Mas Giotto é a transição para um novo período, o Renascimento.


A disseminação do gótico nos séculos XIV e XV acompanha o crescimento do comércio e a expansão das cidades. As catedrais já não constituem a principal tarefa dos arquitetos que se voltam, então, para os edifícios seculares, por exemplo, o Palácio dos Doges, em Veneza, iniciado em 1309. O estilo parece se expandir mais decididamente para a pintura, escultura e artes decorativas, além de definir outros centros de irradiação, por exemplo, a Boêmia, que se torna uma rota privilegiada de ampliação das influências francesa e italiana. Nesse momento, os historiadores da arte passam a falar no gótico internacional. Exemplo emblemático dessa fase é o chamado Díptico de Wilton, ca.1400, em que são João Batista, santo Eduardo, o Confessor, e santo Edmundo recomendam Ricardo II ao menino Jesus. Chamam atenção no Díptico o registro de um personagem histórico real, Ricardo II, marido de Ana de Boêmia, as linhas delicadas, o uso da perspectiva e o interesse pela observação do mundo real. O gótico internacional perpetua-se no decorrer do século XV, beneficiado pelas fortes ligações comerciais entre as cidades européias. Com o termo gótico tardio, alguns estudiosos batizam as obras realizadas entre meados do século XV e fim do XVI, paralelas, cronologicamente, ao primeiro Renascimento italiano.





Fra Angelico

Giotto

Giovanni di Paolo

Mestre de Saint Gilles

Catedral de Notre Dame

Rogier van der Weyden

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Arte Naïf

Definição (extraído de http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=5357)

O termo arte naïf aparece no vocabulário artístico, em geral, como sinônimo de arte ingênua, original e/ou instintiva, produzida por autodidatas que não têm formação culta no campo das artes. Nesse sentido, a expressão se confunde freqüentemente com arte popular, arte primitiva e art brüt, por tentar descrever modos expressivos autênticos, originários da subjetividade e da imaginação criadora de pessoas estranhas à tradição e ao sistema artístico. A pintura naïf se caracteriza pela ausência das técnicas usuais de representação (uso científico da perspectiva, formas convencionais de composição e de utilização das cores) e pela visão ingênua do mundo. As cores brilhantes e alegres - fora dos padrões usuais -, a simplificação dos elementos decorativos, o gosto pela descrição minuciosa, a visão idealizada da natureza e a presença de elementos do universo onírico são alguns dos traços considerados típicos dessa modalidade artística.

A história da pintura naïf liga-se ao Salon des Independents [Salão dos Independentes], de 1886, em Paris, com exibição de trabalhos de Henri Rousseau (1844 - 1910), conhecido como "Le Douanier", que se torna o mais célebre dos pintores naïfs. Com trajetória que passa por um período no Exército e um posto na Alfândega de Paris (1871-1893), de onde vem o apelido "Le Douanier" (funcionário da alfândega), Rousseau dedica-se à pintura como hobby. Pintor, à primeira vista, "ingênuo" e "inculto", pela falta de formação especializada, dos temas pueris e inocentes, é responsável por obras que mostram minuciosamente, de modo inédito, uma realidade ao mesmo tempo natural e fantasiosa, como em A Encantadora de Serpentes, 1907. Seu trabalho obtém reconhecimento imediato dos artistas de vanguarda do período - como Odilon Redon (1840 - 1916), Paul Gauguin (1848 - 1903), Robert Delaunay (1885 - 1941), Guillaume Apollinaire (1880 - 1918), Pablo Picasso (1881 - 1973), entre outros -, que vêem nele a expressão de um mundo exótico, símbolo do retorno às origens e das manifestações da vida psíquica livre e pura. Em 1928, o colecionador e teórico alemão Wilhelm Uhde (1874 - 1947) - um dos descobridores do artista - organiza a primeira exposição de arte naïf em Paris, reunindo obras de Rousseau, Luis Vivin (1861 - 1936), Séraphine de Senlis (1864 - 1942), André Bauchant (1837 - 1938) e Camille Bombois (1883 - 1910). Mais tarde, o Museu de Arte Moderna de Paris dedica uma de suas salas exclusivamente à produção naïf.

No século XX, a arte naïf é reconhecida como uma modalidade artística específica e se desenvolve no mundo todo, sobretudo nos Estados Unidos, na ex-Iugoslávia e no Haiti. Em solo norte-americano, as inúmeras cenas da vida rural pintadas por Anna Mary Robertson (1860 - 1961) - conhecida como Vovó Moses - adquirem notoriedade quando a artista, autodidata, descoberta por um colecionador, completa 80 anos. Oriunda da tradição de retratistas amadores, a arte naïf norte-americana encontra expressão nas obras de J. Frost (1852 - 1929), H. Poppin (1888 - 1947) e J. Kane (1860 - 1934). Na Inglaterra, o nome de Alfred Wallis (1855 - 1942) associa-se a navios à vela e paisagens. Descoberto em 1928 pelos artistas ingleses Ben Nicholson (1894 - 1982) e Christopher Wood (1901 - 1930), Wallis pinta com base na memória e na imaginação, em geral com tinta de navio sobre pedaços irregulares de papelão e madeira. Na ex-Iugoslávia, a arte naïf faz escola, na qual se destaca, por exemplo, Ivan Generalic (1914 - 1992).

Soluções da arte naïf são incorporadas a diversas tendências da arte moderna, seja pelo simbolismo (em busca da essência mística das cores), seja pelo pós-impressionismo de Paul Gauguin, que vai para o Taiti em 1891, e faz pesquisas em direção à cultura plástica das chamadas sociedades primitivas, o que se revela no uso de cores vibrantes e na simplificação do desenho como em Ta Ma Tete - Mulheres Taitianas Sentadas num Banco, 1892, e Te Tamari no Atua - Natividade, 1896. Os trabalhos realizados sob a égide do Blauer Reiter (O Cavaleiro Azul) - grupo do qual participam August Macke (1887 - 1914) e Paul Klee (1879 - 1940) - e a obra de Wassili Kandinsky (1866 - 1944), em defesa da orientação espiritual da arte, também se beneficiam de sugestões da arte naïf.

Se em sua origem essa modalidade é definida como aquela realizada por amadores ou autodidatas, o processo de reconhecimento e legitimação obtidos nos circuitos artísticos leva a que muitos pintores, com formação erudita, façam uso de procedimentos caros aos naïfs. Além disso, a arte naïf desenha um circuito próprio e conta com museus e galerias especializados em todo o mundo. No Brasil, especificamente, uma série de artistas aparece diretamente ligada à pintura naïf, como Cardosinho (1861 - 1947), Luís Soares (1875 - 1948), Heitor dos Prazeres (1898 - 1966), José Antônio da Silva (1909 - 1996) e muitos outros. Entre eles, ganham maior notoriedade: Chico da Silva (1910 - 1985) - menção honrosa na 33ª Bienal de Veneza - e Djanira (1914 - 1979). Aluna do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, Djanira completa sua formação com aulas de Emeric Marcier (1916 - 1990) e Milton Dacosta (1915 - 1988), seus hóspedes na Pensão Mauá, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Nos anos 1950, ela é artista consagrada e uma das lideranças do Salão Preto e Branco. A arte popular do Nordeste brasileiro - as xilogravuras que acompanham a literatura de cordel e as esculturas de Mestre Vitalino (1909 - 1963) - figura em algumas fontes como exemplos da arte naïf nacional.

Onde ver no Brasil
Museu Internacional de Arte Naïf - RJ
http://www.museunaif.com.br/

Bienal de Arte Naïf do SESC - SP
http://www.sescsp.org.br/sesc/sol/index_result.cfm?referencia=7164

Antonio Poteiro

Chico da Silva

Lucia de Lima

Mestre Vitalino

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mundo Surreal

As vezes olhamos o mundo com lupa, vêmos tudo em tamanho gigante ou minúsculas formas.
Procuramos olhar ao redor e nos perguntamos sempre: será que é possível só existir humanos?
Muitas vezes respondemos a nós mesmo, com medo do imaginário, que sim, só existem humanos.
Mas de onde vem tanta imaginação na hora de contar histórias, na hora de fazer um filme ou até mesmo na hora de somente pensar como seria daqui uns anos.

Hoje, vemos planetas habitáveis sendo descobertos, cada vez mais os mitos e lendas sendo usados na literatura e filmes, a fantasia é algo que se sustenta para além da realidade.
Podemos ver imagens onde elas não existem, mas será que quando vemos algo imaginário, será que ele não é real e fingimos que não existe.

Temos noção de quanto do mundo é blindado a mente humana quando olhamos para o passado e nos detemos a ver as construções antigas em sua magnitude. Basta um único instante para criamos um mundo surreal, um mundo de fuga onde nossas fantasias se confudem com nossos medos, transformando a realidade que nos cerca e muitas vezes modificando a realidade ao nosso redor.

Como já muito se sabe, os fenômenos são apenas umas característica da realidade e não ela em si.
Então olhemos para fora de nós e realmente iremos ver o quanto desejamos que tudo que imaginamos acontecesse, como seria bom se não estivessemos sozinhos nesse mundo, como seria maravilhoso se nossos seres fantásticos e imaginários realmente existissem, aí sim poderíamos fugir da mesmice do dia a dia acreditar que tudo pode ser diferente.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

2010

Ano de 2010 começou e muitas coisas mudaram.

Entre elas, a necessidade de trancar a matrícula do curso de Artes Plásticas da EPA.
Isto me levou a ficar sem pintar e desenhar até o momento desse post.
Espero logo estar postando novos materiais.

Que seja um ano calmo.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Cubismo

Quem me dera conseguir construir imagens como o gênio Picasso.